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Ourinhos e a Economia da Cultura

Ourinhos e a Economia da Cultura

Um dos setores que mais movimentam a economia atualmente estão ligados à Economia da Cultura e por assim ser, discutiremos genericamente esta ideia, para que possamos aos poucos ir refletindo os possíveis impactos que políticas públicas e pesquisas ligadas a esta área poderiam trazer para a cidade de Ourinhos.

A economia da cultura nasceu na década de 1960 nos Estados Unidos da América, quando dois economistas foram contratados para realizar um estudo para a Ford Foundation para que a mesma pudesse melhor compreender a cadeia econômica que alimentava orquestras e óperas. Neste sentido, este ato foi tomado como um marco inaugural para a área.

Segundo Reis (2009), economia da cultura é um conceito resultante da aplicação de teorias e metodologias específicas das ciências econômicas no setor cultural. Ou seja, ambiciona-se com isso entender as especificidades da produção, difusão e consumo dos bens culturais para poder viabilizá-los, potencializá-los e fomentá-los.

Neste sentido, tomando como exemplo, podemos citar o caso do BNDES no Brasil, para mostrar como o ferramental econômico pode auxiliar na organização e sustentabilidade dos bens, serviços e produtos culturais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES foi criado em 1952, durante o Governo Vargas, desde então mergulhou nas ideias nacionais desenvolvimentistas, procurando catalisar economicamente e socialmente o nosso país.

Em 2006, o BNDES incorporou a economia da cultura em seu hall de financiamentos, porém desde 1995 já vinha incentivando financeiramente o tradicional setor de audiovisual através de seus editais. Durante o Governo Lula foi criada a Secretaria de Economia Criativa no Ministério da Cultura para alavancar ainda mais esta questão.

Assim sendo, não somente o setor de audiovisual, mas também o editorial, teatral, musical e congêneres também passaram a ser atendidos por programas do BNDES, ajudando a organizar e dar sustentabilidade para outros novos setores. A grande vantagem disso, é que a visão da economia da cultura ajuda a entender e problematizar toda a cadeia produtiva de determinado produto cultural, auxiliando estrategicamente a sanar os seus gargalos, suprindo as suas demandas.

Um dos maiores empecilhos ao desenvolvimento da cultura enquanto promotora de novos postos de trabalho e qualidade de vida gira entorno do desconhecimento dos seus principais entraves e debilidades. Foi para sanar esta lacuna que o BNDES incorporou o repertório da economia da cultura.

Novos desenhos animados, filmes, reformas de cinema, construção de teatros, estúdios, compra de equipamentos de filmagem e etc., puderam ser concretizados após conhecer e estudar as necessidades inerentes à expansão dos mais diversos produtos culturais no Brasil, por assim ser, muitos defendem que a economia continue andando de mãos dadas com a cultura, que não pede apenas “jogo de cintura”, mas também planejamento estratégico, projetos e políticas públicas.

Para caminharmos nesta direção precisamos projetar, mapear e compreender os impactos que este setor exerce sobre o nosso município, para que através da Secretaria Municipal de Cultura e todas as demais que compõem a municipalidade ourinhense, possamos impulsionar e fomentar essas demandas em nossa cidade, explorando um dos únicos recursos inesgotáveis que existem sob a face da terra, a criatividade humana, tema que pretendo abordar em um próximo texto com mais profundidade.

André R. da Silva é licenciado em História, trabalha com Gestão Cultural e adora o mundo das Artes

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