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Artigo: Sociedade, Redes Sociais e Casamento

Artigo: Sociedade, Redes Sociais e Casamento

Semana passada vos trouxe o tema da individualidade se sobrepor ao coletivo, sobre como a pandemia, os celulares, as redes sociais estão destruindo nossa Sociedade enquanto coletivo; ora, o que as pessoas ainda não entenderam é que esse movimento está nos corrompendo de uma forma nunca antes vista, e nós nos deixámos levar por tamanha mediocridade. Vos falei semana passada que a pandemia, o home office, as redes sociais e os celulares estimularam o comportamento individualista e as relações se tornaram superficiais. Mas o grande problema que não estamos vendo, a maioria de nós pelo menos, é que afeta até um casamento, tornou as relações como um veículo sendo dirigido sempre no último câmbio, devagar rodando e perdendo a adrenalina de acelerar. Nos tornámos máquinas presas a um celular olhando a futilidade de vidas, de bens, de pessoas que nada nos acrescentam, ou mudam nossas vidas.

No tempo de nossos avós a educação era a manutenção de pilares fundamentais que a Sociedade tinha como garantidos; as pessoas ficavam casadas porque a Sociedade ia julgar, ia condenar, não ia aceitar; nesse tempo sem redes sociais ou celulares, com uma única tv de tubo, ou um rádio como companhia, as pessoas ainda conversavam; não quer dizer que tudo era perfeito, bem pelo contrário, só quem está num relacionamento sabe o que lá se passa, e não adianta alguém querer opinar ou julgar, porque mesmo se estivesse vivendo uma experiência igual, suas reações seriam diferentes, por isso Deus nos deu o livre arbítrio. O casamento é construído em cima da amizade, do respeito, da cumplicidade, da intimidade e muito importante, do diálogo; agora imaginem quantas horas nos grudamos em um celular, tem gente que só respira com o celular na mão; tem roda de amigos que só olham os celulares; e isso acontece também nos casamentos. As pessoas chegam em casa e ao invés de dedicar tempo à relação, ao companheiro, continuam grudados na tecnologia.

Nossos avós, nossos pais não se podiam divorciar, tinham que ficar casados a qualquer custo porque os bons costumes assim obrigavam; imaginem casar com alguém sem ter amor por essa pessoa, imaginem viver 10, 15 ou vinte anos do lado de alguém que não amamos, que nos trata mal, que agride com palavras e fisicamente; qual o conselho que dariam para um filho ou filha vosso que estivesse nessa situação? Diriam para continuar casada porque a Sociedade assim o determina? Diriam mesmo não amando que tem que ficar preso a alguém sendo infeliz porque tem filhos? Ficar casado sem amar só pensando no outro, nos filhos, no julgamento da Sociedade nos mata por dentro, perdemos nossa essência, deixamos de rir, simplesmente sorrimos e sobrevivemos e quando sobrevivemos não conseguimos sonhar. Quando o diálogo termina, quando o amor termina, temos que fazer uma introspeção, ser egoístas e pensar se estaremos sendo justos até com a pessoa que está do nosso lado. A falta de diálogo vai deteriorando um casamento, um relacionamento, e muitas vezes escuto aquela frase, se um carro ficar sem combustível você deixa ele na estrada ou vai pegar esse combustível em um posto próximo; vejam a comparação das coisas, vejam o materialismo da Sociedade, comparar um relacionamento a um veículo; a felicidade da pessoa, sua alegria, seu coração, suas emoções em nada contam, o

determina? Diriam mesmo não amando que tem que ficar preso a alguém  sendo infeliz porque tem filhos?  Ficar casado sem amar só pensando no outro, nos filhos, no julgamento da Sociedade nos mata por dentro, perdemos nossa essência, deixamos de rir, simplesmente sorrimos e sobrevivemos e quando sobrevivemos não conseguimos sonhar. Quando o diálogo termina, quando o amor termina, temos que fazer uma introspeção, ser egoístas e pensar se estaremos sendo justos até com a pessoa que está do nosso lado. A falta de diálogo vai deteriorando um casamento, um relacionamento, e muitas vezes escuto aquela frase, se um carro ficar sem combustível você deixa ele na estrada ou vai pegar esse combustível em um posto próximo; vejam a comparação das coisas, vejam o materialismo da Sociedade, comparar um relacionamento a um veículo; a felicidade da pessoa, sua alegria, seu coração, suas emoções em nada contam, o que conta é alegrar a Sociedade e manter as fachadas por muito tempo, mesmo que isso leve a que estejamos infelizes, tristes, amargurados, desiludidos; quando chegamos neste ponto já não tem mais volta, tudo se perdeu pelo caminho.

Quem não quer passar por tudo isto só tem uma coisa a fazer, parar, pensar e refletir de uma forma como nunca antes fez; pensar daqui a vinte anos já de bengala e se questionar o que se fez para ser feliz, se viveu feliz ou fez os outros felizes; aí dar uma guinada de 180º e recomeçar de cabeça erguida, sem medo de julgamentos ou preconceitos.

As pessoas ainda não entenderam que cada dia que passa não é um dia a menos de existência, e sim um dia a mais de agradecimento; poder ter a chance de acordar todos os dias, olhar o céu, o Sol, as flores, a Natureza, a vida é algo que se não reconhecemos não aproveitamos; é olhar além, é ver para além da essência das coisas.

Imaginem subir ao topo da  Pedra do Índio e não verem toda a beleza envolvente, não conseguir enxergar o céu, a natureza, a água; imaginem que estamos de olhos fechados e nada podemos ver no horizonte, um relacionamento de fachada, seja pela Sociedade, por filhos ou até mesmo por dinheiro é isso mesmo; é não poder enxergar toda essa beleza que nos envolve, é não sentir o bater do coração da natureza.

Por isso acredito que ainda estamos a tempo de mudar nossos conceitos; vivemos em busca de afirmação por um joinha, por um like; vivemos tão obcecados com a tecnologia que até esquecemos de quem está à nossa volta; o que mais me custa é perguntar a crianças de 7 anos o que querem ser quando forem crescidas e elas responderem que querem ser youtubers ou tiktokers; vejam ao ponto a que chegamos, as crianças me perguntam se tenho instagram porque elas têm( já com tenra idade) e querem ser amigas nas redes sociais.

Estamos num ponto que temos que analisar e retroceder muitos processos, levantar a cabeça e lutar por uma Sociedade dialogante, aquela Sociedade que conversava olho no olho, não aquela que fazemos uma postagem no stories e a outra pessoa faz um filme na sua cabeça divagando se a pessoa está  apaixonada, triste, alegre ou algo diferente da razão da postagem. Tudo gira infelizmente em torno da tecnologia porque não tivemos a capacidade de enxergar, permitimos que as redes sociais tomassem conta da nossa vida de uma forma silenciosa, rápida e que destruiu tudo em volta; mas ainda acredito na mudança, ainda acredito que somos capazes de reverter o processo, só começar a dedicar tempo e deixar os celulares de lado, só reaprender, como exemplo vos dou ontem exclui minha conta do Facebook, tem que partir de cada um de nós, somente isso, e mudar hábitos e costumes e aí o coletivo imperará de novo.

 

Deixo-vos como sempre, desta vez com uma frase de Sarah Westphal, uma escritora Brasileira de Florianópolis:

 

“Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.  Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.  Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas
ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono”.

 

 

Pedro Saldida

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