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Artigo: Utopia, A Sociedade Imaginária e Fantástica – Por Pedro Saldida

Artigo: Utopia, A Sociedade Imaginária e Fantástica – Por Pedro Saldida

 

Em Abril de 2022 dei por encerrada minha participação como colunista do Contratempo, tudo porque estava no meio da minha graduação e queria me dedicar em exclusividade ao meu curso. Recebi bolsa da Prefeitura e queria aproveitar ao máximo a oportunidade que me foi dada pela Gestão.

Terminada minha graduação achei que deveria voltar a contribuir com um órgão de comunicação que sempre me tratou bem e me acolheu.Manterei o mesmo formato de antigamente, onde falarei do nosso município, do nosso Brasil e também a parte Internacional.

Na nossa Sociedade Fantástica hoje me debruço sobre a Gestão de pessoas no serviço público.Que Gestão gente, uma Gestão justa, que preza pela equidade, pela igualdade. Este ano mesmo resolveram cortar 20% das bolsas e nos deram 7% de aumento, em média. Com isto vi muitos colegas de profissão terem que abandonar seus sonhos tudo porque a Gestão não foi capaz de pensar direito. Consegui terminar meu curso a muito custo mas tudo porque tive a sorte de ter adiantado matérias e no último semestre só tinha duas matérias para fazer. Muitos colegas ainda estavam no início, ou no meio do curso, e com uma grade de pelo menos 4 matérias o custo seria muito alto para os bolsos de comuns servidores.

Claro que poderia ter cortado na totalidade as bolsas, mas acredito que deveria ter tido um pouco de bom senso e colocar as novas regras ou para quem entrasse, ou faria no final do ano. Mas não, o problema é mais grave, tão grave que privatizou a SAE, que tinha um saldo de caixa positivo de Milhões de Reais. A tal gestão que jurou que não privatizaria, a tal Gestão que em live jurou que tinha o dinheiro do reajuste e retroativo dos servidores guardado numa conta no Banco. De seguida, numa jogada política para não sofrer improbidade, leva projeto de lei na Câmara para parcelar o dinheiro que não pagou aos servidores. Até hoje ninguém sabe quais os valores que irá receber, somente que será parcelado até 48 vezes. Esta é a Gestão que reconhece, valoriza, promove o bem estar dos seus servidores. Esta a Gestão que cuida com muito carinho da Saúde, da Educação do nosso Município, não é em vão que é a 5ª melhor Gestão do Brasil.

Esta é a Gestão que não explica que quem paga os salários da Educação é o Fundeb. Que não explica que à Gestão cabe somente uma pequena parcela, logo se os profissionais da Educação têm aumento de salário, isso se deve ao Governo Federal. Esta a Gestão que não paga o piso dos professores. Sempre falei que a Gestão não mente, simplesmente usa muito bem as palavras. Omite mas não mente.

Esta a Gestão que coloca como Candidato uma figura que não tem carisma, que poucas pessoas conhecem e que, havendo segundo turno nas eleições, não acredito que tenha os votos suficientes para avançar. Estamos em ano eleitoral e pelo que me é dado aperceber iremos ter, pelo menos, 6 candidatos a Prefeito. O ego de muitos fala mais alto e as pessoas não se conseguem unir em torno de um bem comum, o desenvolvimento da Cidade, a melhoria de vida para as pessoas, mas sobre isso falaremos numa próxima crônica.

A nível Nacional saliento a criação da poupança para jovens do Ensino Médio, uma forma de incentivar a permanência de jovens de baixa renda na escola. Esta medida foi falada por Simone Tebet durante a campanha eleitoral e agora acatada pelo Governo Federal. Não sei se é a melhor forma, mas penso que seja a forma mais assertiva, já que, quem recebe subsídios luta para não os perder.

Ao criar a poupança o nível do Ensino e o sistema se manterão na mesma, nada muda. Aprovar crianças por frequência escolar e não por aproveitamento nas matérias me leva a considerar um erro gigantesco, se bem que até no meu País está sendo adotado o mesmo diapasão. Aprovar uma criança pela assiduidade e não pela sapiência lá na frente nos trará dissabores, como está acontecendo atualmente, onde temos jovens com 15 anos que nem ler sabem. E vamos continuando aprovando seres humanos que não serão sequer capazes de ler uma bula, quanto mais interpretar um texto.

Falando do meu País, a extrema direita, tal como no resto do Mundo, está assumindo papeis fortes de destaque. Tudo porque, quando celebramos os 50 anos do 25 de Abril, quando derrotámos a Ditadura, não se vislumbra nada de diferente. Governos passam e os escândalos de corrupção assolam tudo e todos. Portugal terá eleições antecipadas tudo porque o Primeiro- Ministro, António Costa, teve que renunciar ao cargo por um suposto esquema de corrupção. Presidente da República marcou eleições para Março.

Perante este cenário surge o Chega, o tal partido de extrema direita que avisa que vai cortar verbas na ordem de 400 milhões de Euros da ideologia de gênero. Só que, como sempre, as palavras são ocas. Ideologia é mentira, trata-se de igualdade de gênero, onde as verbas são atribuídas para creches, auxílio maternidade, vítimas de violência doméstica. Prática comum, que nem uma apostila mundial, usar termos que chamem a atenção de quem está insatisfeito e se identifica com tais pensamentos e ideologias. Ideologia de gênero é bem diferente de igualdade de gênero, convenhamos, mas um candidato a Primeiro- Ministro usar uma fala destas em plena campanha eleitoral mostra bem o despreparo de tal sujeito, fala o que as pessoas querem escutar e não pensa sequer como governar.

Posto tudo isto, deixo-vos com uma frase do famoso Nelson Mandela, uma frase que cabe perfeitamente em qualquer situação do nosso dia a dia, que podemos levar para a vida e entender como alguns políticos, fazendo uso de instrumentos como a religião, se sobressaem de uma forma inadequada, a meu ver.

“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.”

 

 

 

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