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Crônica :Todos somos membros da mesma Raça, a Raça Humana – Por Pedro Saldida

Crônica :Todos somos membros da mesma Raça, a Raça Humana – Por Pedro Saldida

 

A Ciência nos tem mostrado ao longo dos anos que a Humanidade só tem uma raça; todos somos Homo Sapiens e todos, sem exceção, somos descendentes de um pequeno grupo que atravessou o estreito de Bab e Mandeb, que fica no Mar Vermelho. Em termos de descendência por consequência desta narrativa somos todos originários dos povos africanos, do Continente Africano; Afrodescendentes portanto.

A escravidão começa na Antiguidade, Antiguidade foi o período compreendido entre o Neolítico, por volta de 4.000 a.C.,e a queda do Império Romano, em 476 d.C.; Atenas, Esparta, Roma Antiga são exemplos claros uma vez que em Atenas as tomadas de decisão estavam nas mãos de homens livres e proprietários, uma pequena parte da população; em Esparta se constituiu um regime militarista e homens e mulheres recebiam formação específica para a guerra; a escravidão era uma prática estatal; na Roma Antiga a sociedade estava dividida entre Patrícios, Plebeus e Escravos.

A Escravidão moderna se inicia com a descoberta das Américas e sua colonização; Portugueses, Espanhóis, Ingleses, Franceses, Holandeses usaram a justificativa da motivação racial para a dominação de raças; Portugal encontrou uma forma de suprir a mão de obra no Brasil lucrando com a escravização dos povos africanos.

Nos dias de hoje vivemos uma enorme desigualdade fruto da escravidão que vivemos durante séculos; Racismo estrutural persiste quando observamos comportamentos opressores contra negros; as classes menos favorecidas estão bem espelhadas na raça negra.

Em 2022 assistimos ao resgate de 500 trabalhadores em condições análogas à escravidão; desses 500, 84% eram negros ou pardos; as políticas públicas escasseiam com vista à atenuação de 350 anos de escravidão; o preconceito étnico, demonstrado na discriminação e violência, ainda prevalece na nossa sociedade, fruto das sequelas da escravidão, por isso ainda nos dias de hoje persiste o racismo. Lembremos que a escravidão não foi abolida pelo Império pela benevolência do mesmo, mas antes pela pressão popular que fez com que a mesma fosse abolida em 1888.

As pessoas esquecem que escravidão é uma clara violação dos direitos humanos, e como qualquer violação desses direitos, deve ser tratada como crime.

Infelizmente o racismo é contemporâneo, mesmo passados mais de 100 anos do fim da escravatura no nosso Brasil, vemos que o preconceito racial perdura; o desafio de aproximar realidade branca e negra é um desafio Dantesco, mesmo tendo sido criada a lei de criminalização da discriminação por raça; atualmente os negros têm mais oportunidades que seus pais, mas ainda não são iguais à dos brancos; perspectiva de crescimento no mercado de trabalho, maior exposição à violência ainda estão bem marcados na nossa sociedade.

Campanhas de conscientização e sensibilização no quesito racial levam a uma reflexão crítica e permitem combater estereótipos que prejudicam a igualdade racial. Para combater o racismo devemos denunciar, devemos intervir ao presenciar atos de preconceito racial; não podemos ficar em silêncio, devemos ser os “Vingadores”, os defensores da igualdade; não é fácil, eu sei, cansa, eu sei, nos destrói por dentro as injustiças praticadas somente por causa da cor da pele.

 

Falando em injustiças, o que dizer do nosso Prefeito de Ourinhos, que na próxima Segunda-Feira pretende transferir os serviços da SAE para a Secretaria do Meio Ambiente? Tendo um processo de licitação em curso, só podemos entender como uma manobra para açambarcar os recursos financeiros da SAE para a Prefeitura; mas devemos lembrar que essa situação é ilegal perante a Lei, já que a Autarquia Municipal foi criada através de Lei, sua extinção só se pode dar criando outra legislação e dando baixa do CNPJ na Receita Federal, com a devida apresentação de Relatório de Contas; o que um superávit não gera de vontade de até ir contra as leis.

 

Falando em ações que fazem a diferença, em Iaras não queria deixar passar em branco uma ação beneficente. Um casal da Cidade organizou uma Páscoa Solidária no Centro Comunitário para as crianças de Iaras. Através de pix conseguiram verba para a entrega de 1.000 ovos de Páscoa para todas as crianças Iarenses; estando em ano eleitoral políticos não podem organizar ou participar destas ações uma vez que pode ser considerado como tentativa de caça ao voto; Políticos, sejam eles da Gestão ou oposição, não podem doar ou ajudar seja em que forma for; para as crianças não passarem uma Páscoa sem ovos o casal se dispôs a dar uma alegria às crianças em tal festividade religiosa. Os meus sinceros parabéns por tal atitude; é louvável vossa perceção e execução com o objetivo de oferecer uma Páscoa melhor às crianças de Iaras.

 

Tal como uma festividade, em Portugal, pela primeira vez assistimos à divisão da Presidência da Assembleia da República. Três votações geraram impasse na constituição da Presidência da Assembleia da República, então os vencedores e o Partido com segunda votação nas eleições de Março, optaram por dividir a Presidência; o PS aprovará o nome do candidato da AD para os próximos dois anos e AD aprovará o nome do candidato do PS para os dois anos seguintes; uma reviravolta em uma eleição que perdurava em sair e ao mesmo tempo entendo como uma forma de isolar o partido de extrema Direita, o Chega; uma forma de tirar poder e protagonismo a um partido que não luta pela Democracia, antes a tumultua, a prevarica.

 

Termino com uma frase do filósofo Jean-Jacques Rousseau, que além de filósofo foi teórico político, escritor e compositor:

“São a força e a liberdade que fazem os homens virtuosos. A fraqueza e a escravidão nunca fizeram nada além de pessoas más.”

Pedro Saldida é servidor púbico e bacharel em administração

 

 

 

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