Do pesadelo para o sonho
por Mário Ferreira*
Nos últimos dois anos, os acontecimentos da política e da economia no Brasil têm sido uma sucessão de notícias ruins. Diariamente, somos bombardeados pela manipulação da grande mídia, que transforma tudo em um espetáculo e elege seus “mocinhos” e “vilões”, ao sabor dos interesses dos detentores do poder econômico e, por consequência, do poder político.
Na economia, enfrentamos a maior depressão econômica da história do país. Um empobrecimento geral de quase 10% em dois anos. Como consequência atingimos treze milhões de desempregados.
As ações desregradas e espetaculosas da Polícia Federal, do Ministério Público e de setores do Judiciário, atingiram diretamente os setores de petróleo e gás, da construção civil e, mais recentemente, da produção de carnes e derivados, e suas respectivas cadeias produtivas.
Uma destruição de empresas e empregos sem precedentes, um verdadeiro crime contra o Brasil.
Tudo diariamente transformado em um grande espetáculo pela grande mídia, especialmente pela Rede Globo.
Enquanto a população segue ludibriada pelos meios de comunicação de massa e pela propaganda do governo federal, nosso já precário estado de bem estar social vai, rapidamente, sendo destruído.
Primeiro, a PEC 55 congelou os investimentos em saúde, educação e assistência social pelos próximos 20 anos. As piores consequências disso chegarão ao lombo dos mais pobres para o próximo ano. Agora, estão no congresso as “reformas” trabalhistas e da previdência. Trata-se de mais um ataque aos trabalhadores brasileiros, que já enfrentam a décima pior distribuição de renda e a maior taxa de juros do mundo. Assim, o povo brasileiro segue sendo sufocado pelo turbilhão de notícias ruins, mas parece que a grande boa novidade é o retorno do debate político e, consequentemente, da mobilização verdadeiramente popular, para resistir aos ataques e construir um novo projeto para o país.
O fato se confirma pela melhor notícia dos últimos tempos: O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, acaba de apresentar ao Senado Federal um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as eventuais irregularidades e a verdadeira situação da previdência social do país.
O animador é que esse pedido obteve adesão de 47 senadores, quase o dobro do número necessário para a abertura da CPI.
Tomara que seja só o início da mudança.