Ourinhenses opinam sobre o decreto municipal
Decreto divulgado após Ourinhos regredir para a fase vermelha do Plano São Paulo
Juliana Neves
Na sexta-feira passada, 26, o governador João Doria divulgou a reclassificação do Plano São Paulo que a região de Marília, região pertencente a Ourinhos, regrediu para a fase vermelha. Diante da situação, na segunda-feira, 1, o prefeito, Lucas Pocay (PSD), divulgou um novo decreto que começou a ter valia na terça-feira, dia 2 de março.
Este novo decreto proporciona o sentimento de medo aos ourinhenses, pois o documento não prevê o fechamento concreto dos estabelecimentos e mantém o comércio aberto em três modalidades, com horário reduzido da jornada de trabalho. Bem como, mantem aberto salão de beleza, academia, igrejas e templos religiosos, por exemplo, com regras para a o funcionamento diário. Algo que também movimentou as mídias sociais pelas pessoas questionando o prefeito sobre o funcionamento das escolas, principalmente as estaduais que estão registrando casos de covid-19 entre professores, funcionário e alunos.
Portanto, conversamos com algumas pessoas para esclarecerem suas opiniões em relação ao decreto, mas por ser um assunto delicado nem todos quiseram conversar com a nossa equipe de reportagem.
Ademais, Jonas Pitangueira, estudante, afirma que o decreto desafia as iniciativas do estado em relação as medidas restritivas, profiláticas de controle do contágio da covid-19. “Este decreto municipal vai de contraponto ao governo estadual para amenizar a pandemia e isto é questionável, não sei o porquê de fazer um decreto desta natureza, fica difícil de entender o posicionamento da prefeitura neste momento. Para mim, é até ambíguo, a prefeitura adota certas medidas restritivas, mas realiza suas atitudes na postura de contramão do adequado. E a campanha de vacinação da cidade, a maneira em que está sendo conduzido, também é questionável. Ou seja, este novo decreto está enxugando gelo e botando fogo em gasolina, porque fico preocupado, pois não vai evitar que a curva de contágio do município reduza nas próximas semanas, acredito continuar com progressão consistente”, opina o estudante.
Na visão de Caetano Ribeiro, engenheiro biotecnológico, “no contexto do número crescente de casos que estamos observando, acredito que a medida, no contexto geral e, apesar de tomada muito tardiamente (creio que isso deveria ter sido estabelecido há pelo menos um ano, quando a pandemia começou a dar sinais de descontrole e a ocupação dos hospitais beirava os 70%), se faz necessária para ao menos ajudar a atenuar o número de internações e, assim, oferecer um certo “respiro” ao sistema de saúde. Ao mesmo tempo, é necessário preservar empregos, principalmente no comércio, que sabemos que é uma das áreas mais afetadas. Por isso, acredito que uma maior transparência da prefeitura em relação às medidas tomadas para com a população (e uma maior conscientização e colaboração desta) poderia ser algo a ser discutido, de forma que todas as partes possam sentir o menor impacto socioeconômico possível”.
Por fim, para Isabeli Yumi, estudante, o decreto representa ser “o mínimo a se fazer no momento, porque a situação está crítica e as pessoas ainda pensam que está normal para sair e aglomerar”.