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Síndrome de Burnout: quando o trabalho nos adoece

Síndrome de Burnout: quando o trabalho nos adoece

O mês de janeiro vem sendo intitulado “Janeiro Branco”, um momento de conscientização da importância dos cuidados com saúde mental. Abordaremos um aspecto, dentre infinitos outros, desse tema: a Síndrome de Burnout. Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, o Burnout se desenvolve a partir de condições demasiadamente desgastantes de trabalho. Ele está relacionado ao estresse excessivo e provoca cansaço, dores no corpo e até outros sintomas psicossomáticos, como queda de cabelos repentina, brotoejas etc. Normalmente, a síndrome de Burnout está relacionada a um vínculo muito ruim com o trabalho.

Com os estudos sobre essa condição, a palavra burnout passou a ser associada a exaustão; é interessante notar que seu significado literal é “combustão ou queima completa”. Podemos pensar em uma metáfora: um palito de fósforo que se consumiu até o fim. Da mesma forma, a pessoa é consumida pelo trabalho e “reduzida a cinzas”, sem restar energia para sua vida pessoal.

De fato, um elemento importante para identificar a síndrome é o desgaste das relações pessoais, muitas vezes difícil de perceber, pois a ligação entre trabalho e vida pessoal é desconsiderada. Nossa cultura de dedicação total ao trabalho e separação artificial entre “vida profissional” e “vida pessoal” vai conduzindo o trabalhador a um sentimento de perda de sentido de sua vida como um todo. Suas ações parecem vazias e passa a não enxergar nenhuma expectativa.

Em situações em que esse quadro se intensifica, comportamentos de risco se apresentam, como abuso de álcool e drogas, automedicação e alimentação irregular (em excesso ou insuficiente). Crises de pânico podem se apresentar, bem como tentativas de suicídio. A 11ª edição do Catálogo Internacional de Doenças (CID-11) já reconhece a Síndrome de Burnout como doença relacionada às condições de trabalho.

Para identificar e tratar esse problema em toda sua amplitude, a psicoterapia é indispensável, podendo contar com a ajuda de medicamentos (que devem ser receitados por um médico), como antidepressivos e ansiolíticos. Além disso, as organizações de trabalho devem possuir programas permanentes de cuidado com a saúde das trabalhadoras e trabalhadores, acompanhados de políticas que evitem o desgaste, as cobranças desnecessárias, o assédio moral e promovam um clima organizacional favorável, com relações saudáveis, respeito aos direitos e rendimentos justos.

Isadora Silva Brandini – Psicóloga (CRP 06/171745)

Dr. Luiz Bosco Sardinha Machado Jr. – Psicólogo (CRP 06/96910)

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