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 Omissão de dívida ambiental de 153 milhões no edital suspende licitação de concessão da SAE

 Omissão de dívida ambiental de 153 milhões no edital suspende licitação de concessão da SAE

Um mandado de segurança com pedido de liminar para barrar a licitação de venda da SAE (Concorrência pública 15/2023) impetrado pela empresa CS Infra S/A contra a Prefeitura Municipal de Ourinhos e o Prefeito Lucas Pocay , foi deferido pela  juíza Alessandra Mendes Spalding do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo pela 2ª Vara Cível de Ourinhos na última 4ª feira dia 13

A medida determinada um dia antes da data da sessão pública (14 de março, 5ª feira) de recebimento dos  envelopes com as propostas, suspendeu o processo licitatório de concessão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário atualmente prestados pela Superintendência de Água e Esgoto – SAE.   Conforme a decisão da magistrada, a suspensão dá-se pelo apontamento de  imprecisões quanto à responsabilidade futura da concessionária ganhadora da concorrência no cumprimento de obrigações pactuadas em um Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) 2017 firmado entre a SAE e o Ministério Público.

As alegações da empresa CS Infra S/A são de que as imprecisões prejudicam a definição dos valores monetários que envolvem a concessão e das propostas a serem ofertadas, comprometendo a paridade entre os participantes do certame licitatório.

Escondendo o TAC

O TAC de 2017 já na gestão de Lucas Pocay,  trata do estabelecimento de metas para regularização do sistema de esgotamento sanitário da cidade, cujos resíduos sem tratamento, é despejado na bacia do Rio Pardo.  O TAC 2022 visa a reestruturação do sistema público de abastecimento de água.

Segundo a CS Infra S/A, a minuta do contrato de concessão não trata do TAC 2017 cujo o valor ultrapassa 153 milhões e 178 mil reais (Processo 1005321412020.8.26.0408). O edital limita-se  a mencionar o TAC 2022 para prever responsabilidade solidária da futura concessionária e a prefeitura quanto a seu cumprimento.

A manifestação anota que como regra, o município é responsável por toda dívida ambiental existente antes que a empresa escolhida assuma os serviços, a única exceção na minuta do contrato é quanto à responsabilidade em cumprir o TAC 2022.

Já a necessidade de substituição da integralidade das redes de distribuição de água (TAC 2022) segundo a empresa, foi acrescentada por meio de esclarecimentos e sem correspondente previsão e precificação no edital.

A empresa alega que os pedidos de esclarecimentos junto a Comissão de Licitação tiveram  respostas genéricas e evasivas,  que a falta de clareza inviabiliza a aferição da viabilidade econômico financeira. Por esses motivos um pedido de impugnação ao edital junto à Comissão foi protocolado, mas não houve resposta.

Na decisão a magistrada esclareceu que, “em razão dessas divergências, e ausência de informação sobre resposta à impugnação apresentada administrativamente, é o caso de concessão da ordem”, ou seja, da liminar suspendendo a licitação.

E ainda: “Em esclarecimento complementar (fl. 561), a comissão licitante respondeu que todas as obras pactuadas nos TACs devem obrigatoriamente ser executadas pela concessionaria, em dissonância, aparentemente, com o que dispõe o edital e minuta de contrato, uma vez que a exceção prevista no item 20.3.1 diz respeito apenas a obrigações previstas no TAC 2022, não se não se referindo ao TAC 2017”.

 Dissimulação, segundas intenções:  Quem fim levou o emprestimo?     

Desde que assumiu a PMO em janeiro de 2017 e ao longo do seu primeiro mandato,  Lucas Pocay deu inúmeras declarações garantindo que a autarquia jamais iria ser privatizada.

O curioso é que,  quando assumiu em janeiro de 2017 Pocay tinha à mão um financiamento liberado junto a Caixa Econômica Federal no valor de 18 milhões para construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Pardo  que não foi realizada.

O valor do empréstimo era para cumprimento de parte do Termo de Ajuste de Conduta de 2017 cujas informações e detalhamentos quanto a responsabilidade e cumprimento não estão esclarecidas no processo de licitação segundo a empresa que pediu a impugnação .

Todo o tramite do empréstimo liberado pela Caixa, foi feito pela ex prefeita Belkis Fernandes e o ex superintendente da SAE à época Haroldo Maranho .  Só faltava promover a licitação pública para contratar a empresa que se encarregaria da obra,  no entanto Belkis perdeu a eleição para Pocay  e o novo prefeito inexplicavelmente não utilizou o financiamento liberado destinado para obra prevista no TAC 2017.

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