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Artigo: “Na política se diz uma coisa em um momento e outra em outro momento” Por Pedro Saldida

Artigo: “Na política se diz uma coisa em um momento e outra em outro momento” Por Pedro Saldida

No dia 8 de Março li no nosso Jornal Contratempo que o Deputado Federal Nilto Tatto anunciava a contemplação para a nossa Cidade de Ourinhos, através do programa do Governo Federal Novo PAC, de uma ambulância para o Samu, duas UBSs e uma creche, tudo isto através de um pedido do pré candidato Toninho do PT junto do Governo Federal. Esta notícia chegou até mim e a alegria transbordou porque a Cidade precisa de atenção, carinho e um olhar profundo e cuidado, até o vídeo do Deputado Federal Nilto Tatto assisti.

Qual não é o meu espanto quando à noite recebo um vídeo do nosso Prefeito falando que a Secretária da Assistência Social, junto com o seu Adjunto Hamilton, conseguiram em Brasília uma ambulância, duas UBSs e uma creche. Mais uma vez se nota que nem vermelho fica o nosso querido Prefeito quando se trata de ofuscar os méritos dos outros. Quer dizer então que teremos 2 ambulâncias, 4 UBSs e 2 creches? É isso meu caro Prefeito?

Porque se assim for, mais uma vez a sua Gestão é completamente danosa, já que correu atrás de melhorias já conquistadas por um pré candidato. Ou reconhecia os méritos do pré candidato ou corria atrás de outros meios e verbas para melhoria da nossa Cidade. Agora vamos ficar com meios duplicados por sua culpa, se tivesse corrido atrás de outras necessidades da nossa Cidade o mérito seria muito maior que correr atrás dos mesmos bens que um pré candidato conseguiu junto do Governo Federal.

A sua total falta de diálogo com as pessoas leva a que tenha lutado para adquirir exatamente os mesmos recursos que outros conseguiram. Se a falta de diálogo fosse somente com políticos estaríamos bem, mas é com políticos, com a população e até com cargos da sua Gestão. É surreal assistir a forma como esta Gestão está caminhando a passos largos para a destruição de uma Cidade que merecia bem mais. Prevejo que Caio Lima não vença a eleição, só espero sinceramente que a próxima Gestão consiga pagar salários, como aconteceu quando Claudemir assumiu, a diferença é que agora não pode solicitar um empréstimo.

Esta Gestão ultrapassou há muito a famosa Gestão de Belkis, considerada a pior Gestão de todos os tempos, essa culpa Belkis já não carrega, o testemunho foi passado facilmente. Sabem que escrevo sempre pelas minhas convicções e tento sempre escrever a verdade dos fatos. Odeio ver pessoas, seja ele Prefeito ou Vereador, querer lucrar com algo que não tiveram participação alguma é de uma desonestidade e de uma afronta ímpar. Os créditos devem ser dados a quem de fato lutou por algo e não querer  pegar carona por algo que em nada ajudou ou lutou para conseguir, o seu a seu dono.

Falando em créditos quero lembrar a fala da nossa Secretária da Mulher e Família aquando da comemoração do Dia Internacional da Mulher. Penso que já tenha excluído o vídeo, a fala foi muito feia, segundo ela todas as mulheres são importantes, desde a auxiliar mais importante, até à auxiliar menos importante, aquela que serve café. Quando vi o vídeo não me surpreendi, me comprovou o que falo há muito. Quando as pessoas se elegem pela Religião podem acreditar que algo de bom não vai prosperar.

Misturar Religião com Política é uma imagem esclarecedora que a pessoa não tem capacidade, não tem projetos, não tem ideias, entra num trem cheio de pessoas somente para apregoar a palavra do Senhor e esconder a sua incapacidade para fazer o que importa verdadeiramente na política, servir a população e criar melhores condições de vida através de políticas públicas. Usar Igrejas para falar de política é de uma desonestidade intelectual indescritível. Se elegerem por estes meios deveria ser proibido, aliás não somente a pessoa em questão, mas todos aqueles que começam a falar de Deus da boca para fora para angariarem votos.

Sou totalmente contra e como vão terminar  com os Coletivos nas próximas eleições, porque já se viu que não dá certo, deveriam fazer uma reforma política profunda e não permitir certos atentados à integridade e dignidade humana. Já que estamos falando de política, perdão de politicagem, em Iaras o ano passado o Prefeito Quinha enviou  para o Legislativo um pedido de autorização de implementação de um Distrito industrial, o mesmo foi recusado, fruto de muitos interesses alheios às reais necessidades da Cidade.

Agora em 19 de Fevereiro deste ano dois Vereadores da dita oposição fizeram uma indicação ao Prefeito para a construção de um Distrito Industrial. Seria cómico se não fosse trágico. Acredito que deve haver um aproveitamento político de algo que esteja por vir e os Nobres Vereadores querem aparecer na fotografia colhendo frutos de algo que não plantaram. Mais uma vez se nota a mesquinhez( traduzido como infelicidade e desdita)  e politicagem quando deveriam estar lutando por políticas públicas que melhorassem a qualidade de vida da população e não somente quando vissem que poderiam adquirir vantagem eleitoral.

Só quero deixar um alerta porque já que buscam votos o vosso deslize pode não passar despercebido para muita gente. Implantar é idealizar, é colocar no papel uma ideia, implementar é executar, é assegurar a realização de algo. Acredito que pretendam implementar e não implantar, porque se forem implantar aí fica difícil vermos um Distrito Industrial um dia em Iaras.

Não poderia deixar passar em claro as eleições que ocorreram hoje dia 10 de Março em Portugal; assistimos a mais uma eleição, desta vez antecipada porque o Primeiro Ministro teve que renunciar por estar envolto em suspeitas de corrupção. Os 10,8 milhões de Portugueses foram chamados a votar, em papel impresso lembrando vocês, no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, famosa Revolução dos Cravos que acabou com a Ditadura. Sendo um regime semipresindecialista, com pendor parlamentarista, hoje foram escolhidos 280 deputados.

Desses 280 deputados o partido que obtiver maior número de  deputados é convidado pelo Presidente da República a formar Governo. Sem o fechamento de todas as mesas de voto, falta uma mesa e os votos dos emigrantes que definem a eleição de 4 Deputados, temos até ao momento uma vitória da AD, coligação de centro direita. Mas o que nos chama mais a atenção é o aumento dos Deputados do Chega, passam de 12 em 2022 para 46.

O Chega surge como a terceira força política que terá que ser escutada até para formar uma coligação por forma a ter maioria, em Portugal a maioria absoluta se atinge com 116 Deputados. O Chega é um partido populista, de extrema direita ou direita radical, como preferirem, nacionalista, conservador que reúne uma teia de apoio internacional, lembremos de Bolsonaro, de Donald Trump, Viktor Orbán( Hungria), Santiago Abascal, líder do Vox na Espanha.

Todos eles se unem e lutam para prevaricar contra a Democracia, para tumultuar a Democracia, todos eles têm debaixo do braço uma cartilha universal da Extrema Direita. Seus discursos são direcionados aos insatisfeitos, aos desiludidos com as políticas públicas dos países em que vivem, mas o que mais me causa celeuma é ver brasileiros fazerem campanha pelo Chega, quando o Chega é contra a imigração, mas argumentam que não é contra toda a imigração.

Os filhos de Bolsonaro apoiaram e visitaram muitas vezes André Ventura e o mesmo, para criar uma euforia junto de seus eleitores afirmou que se fosse governo Lula nunca mais colocaria os pés em Portugal. É fácil falar quando não se tem responsabilidade, quando se é oposição, queria ver André Ventura como Primeiro Ministro e cumprir metade do que falou; O Brasil deixava de exportar petróleo, soja e nós no Brasil ficávamos sem azeite, bacalhau e vinhos, queria ver como ficaria o PIB de Portugal.

Finalizo como sempre com uma frase de Augusto Cury, psiquiatra, professor e escritor brasileiro:

“Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência.”

 

Pedro Saldida

 

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