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Para uma Nova Prefeitura em Ourinhos

Para uma Nova Prefeitura em Ourinhos

Já sabemos como foram as eleições e quais foram os escolhidos pelas pessoas. Alguns não estão satisfeitos. Outros estão felizes. Mas afinal de contas, o que precisamos fazer para melhorarmos a nossa cidade?

Redução de cargos comissionados e valorização dos servidores de carreira (funções gratificadas e novo plano de carreira) é fator indiscutível nesta trajetória e tendência generalizada em nosso país, às vezes menos vista na prática, mas muito sentida no campo das ideias. Dar as chances aos que fizeram concurso não envolve apenas reconhecimento e perspectiva de aumento salarial, mas eleva a autoestima coletiva da instituição, de modo a impulsionar a qualidade dos serviços públicos.

Aos novos estatutários que virão e aos que na Prefeitura já estão, cabe à Secretaria Municipal de Recursos Humanos, o famoso “RH”, enviar os aprovados nos concursos para ambientes e repartições que vá ao encontro das experiências passadas que o mesmo vivenciou. Se a pessoa é motorista, auxiliar de serviços gerais, agente administrativo e congêneres, antes de enviá-lo a um determinado setor, compete ao poder público analisar a sua trajetória profissional para melhor enquadrá-lo. Isso é aproveitar competências prévias em prol da população. Isso é aumentar a autoestima e a eficiência do empregado. É gestão estratégica que gera economia nos gastos públicos.

Sabemos que o cenário nacional é de recessão econômica, que implicará em cortes orçamentários na máquina pública, o que faremos então? Analisar a especificidade de cada secretaria e a prioridade de cada pasta. Feito isso, mãos à obra. Prioridade não existe no plural, mas apenas no singular. Como disse Cortella, quem tem duas prioridades, não tem nenhuma, já que “priori” significa grosso modo, “primeiro”.

Pensando na lógica de funcionamento das empresas privadas, a Prefeitura Municipal de Ourinhos precisa urgentemente elaborar, plasmar e forjar uma identidade corporativa (institucional). Acredita-se que esta iniciativa, além de mostrar aos servidores e munícipes uma visão compartilhada de futuro coletivo, ajuda no estabelecimento da ética, no sentimento de pertencimento à instituição e na elaboração de metas. Como cobrar do servidor um objetivo que nem mesmo a instituição enxerga de maneira clara e estratégica? Somado isso a outros elementos, auxilia na potencialização da lealdade no funcionalismo público. Nenhum servidor quer ser apenas mais uma peça na engrenagem. O servidor almeja poder criar, aprender e ver resultados. De carinho todos precisamos, mas só isso não basta.

Quanto mais transparência na gestão, melhor para a instituição. Olhar-se através do espelho, escancarando as debilidades, é além de inquietante, exercício de psicanálise coletiva. Como disse Freud, quanto mais “civilizada” é uma sociedade, mais reprimido são os seus pertencentes. Utilizando da reflexão, quais são os fatores que fizeram com que a Prefeitura Municipal chegasse onde chegou, mas que agora somente a engessa? Qual é a “camisa de força” que estamos vestindo para nos controlar, mas que se retirada fará com que busquemos solucionar os conflitos, contradições e limitações que tanto nos aflige? Tarefa difícil, mas necessárias se quisermos uma Nova Prefeitura em Ourinhos. Como diz o ditado: não há vento favorável para barco que não tenha direção.

André R. da Silva é licenciado em História, trabalha com gestão cultural e adora o Mundo das Artes.

 

 

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