Mais uma negociata cabeluda patrocinada pelo conluio do Golpe

Por Mário Ferreira

A aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico, na calada da noite, em meio à maior crise sanitária, econômica e social do país, é mais um passo largo do neoliberalismo. A nova lei entrega aos interesses do grande capital um bem público essencial à vida. Basta verificar o que aconteceu em outros países onde a água e o saneamento básico foram privatizados, especialmente na Europa, no final do século passado. E não só na Europa, aqui, na América do Sul, o Chile também é bom exemplo. Em todos os casos, o preço da água disparou e a qualidade dos serviços piorou. A precarização foi tanta e tamanha, que a ampla maioria das cidades europeias decidiu pela reestatização. Paris e Berlim são bons exemplos e lideram um grupo de 267 municípios que retomaram os serviços. Note-se ainda que estamos tratando de uma atividade econômica monopolista, com baixíssima inadimplência, altamente rentável e praticamente sem risco. Basta ver os resultados nos balanços das grandes empresas estatais que atuam na área. A SABESP, por exemplo, lucrou R$ 1,2 bilhão no último trimestre. A situação da nossa SAE, aqui em Ourinhos, não é diferente, a empresa é, e sempre foi, altamente lucrativa. Resumindo a prosa: o que se pretende com a privatização da água não é beneficiar a população, digam o que disserem, a verdade é que estão criando mais um negócio da China com o patrimônio público. Ao povo, para variar, sobrará a conta.

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