Ciclovias, cachorros de rua e o desperdício de dinheiro público

 

O poder de arrecadar e alocar o dinheiro dos impostos é uma função governamental essencial na vida dos municípios, em geral, a maioria das prefeituras são a maior organização empregadora de uma cidade, a que mais presta serviços e também a mais gastadora.

Um bom governo deve ter a responsabilidade de fazer o melhor uso possível do dinheiro da população, no entanto, sem uma supervisão cuidadosa, todos os níveis de governo estão propensos a gastos desnecessários desperdiçando recursos financeiros.

Desperdício de fundos públicos significa qualquer uso de dinheiro da população de maneira não direcionada, gastos desnecessários, imprudentes ou mesmo extravagantes, que invariavelmente ocorre por falta visão e criterioso planejamento.

Mas afinal o que Influencia algumas decisões relacionadas ao bom uso do dinheiro público através das ações, projetos, obras, serviços prestados; enfim tudo que deve tornar o ambiente da cidade de forma tal que as pessoas possam viver e realizar suas atividades normais com o mínimo de dificuldade.

Ciclovias e linha de alta tensão

Entre as coisas boas das pistas exclusivas (que também são utilizadas para caminhadas e corridas) é organizar o tráfego e garantir segurança aos ciclistas, transeuntes, deixando o trânsito fluido e diminuindo o número de acidentes.

Não se pode negar os benefícios de ciclovias para a população, no entanto o dinheiro investido na construção de parte das ciclovias em Ourinhos, pode se dizer que foram gastos realizados de forma imprudente com falhas de planejamento.

Para um bom planejamento precisa-se entender vários aspectos como informações baseadas em amostras, pesquisas, comportamentos, consultas e avaliações e determinações legais, até para se ter o tamanho de algum problema futuro  que possa advir.

Determinações legais e problemas futuros que não foram previstos ou simplesmente ignorados?

Recentemente os ourinhenses se depararam com trechos de ciclovias interditados por decisão do Tribunal de Justiça de SP. As pistas interditadas foram construídas em áreas de faixa de servidão nas laterais dos canteiros centrais das avenidas, onde estão as torres da linha de transmissão de energia elétrica de alta tensão.

Pela lei essa área deve ser mantida livre de construções incluindo ciclovias por colocar em perigo quem por ali transitar. O processo é movido pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista S/A (CTEEP) contra a prefeitura de Ourinhos.

O município contrapôs alegando que “existe a presença de eletricidade em todo o espaço urbano”, o que superaria a teoria para a ocorrência de acidentes, danos aos ciclistas e pedestres que circulem pela via. Porém a decisão judicial relevou argumentando que “há enorme diferença de tensão entre uma linha de transmissão e a rede de distribuição de energia elétrica devendo ser prestigiada a prevenção até que a questão controvertida seja adequadamente elucidada”.

Os trechos de duas ciclovias seguem interditados com cavaletes de bloqueio, que não impedem o trafego, mas são retirados e jogados sobre o gramado, o uso da pista por pedestres, corredores, ciclistas continuam.

“Por que o município constrói uma ciclovia fora dos parâmetros de segurança e técnicos exigidos pela CTEEP? Isso é dinheiro público gasto à toa, sem respeito nem planejamento, No entanto, quais os reais riscos para a segurança dessas pessoas?”.  Por que a prefeitura não gasta nosso dinheiro com melhorias nas vias e em outras questões da cidade, seguindo os parâmetros técnicos e de segurança?

 E não vem a público explicar o que acontece nesse caso? Por que não é transparente com a forma como gasta, ou investe, nosso dinheiro? questionam os munícipes.

“Cachorro Quente”: faltou combinar com a cachorrada

 Gastos extravagantes e sem aproveitamento algum foi fabricar e instalar quase uma centena casinhas para abrigar cães moradores de rua em vários pontos da cidade como no calçadão, praças e ruas da cidade.

A iniciativa foi do Fundo Social de Solidariedade e Secretaria de Meio Ambiente, os primeiros abrigos instalados foram em maio do ano passado período de inverno com cobertores para aquecer os animais sem teto da cidade.

Porém faltou combinar com os “pets, homeless dogs” ourinhenses, que estão em situação de abandono, e é complicado determinar quantos cães e gatos estão a vagar pela cidade. Muito mais complicado e impraticável, é fazer com que esses animais soltos se habituem ao acolhimento dos abrigos em locais públicos voluntariamente.

Basta prestar atenção e observar, a qualquer hora do dia seja pelo calçadão e outros locais onde as casinhas foram colocadas pode-se concluir que os cães sem dono, cachorros vadios e de vida livre que perambulam por aí nos bairros e na área central, não deram a mínima para o lar de inverno.

As casinhas não estão tendo a utilidade presumida, mesmo que comida e água sejam colocadas próximas aos abrigos, como foi feito por lojistas e funcionários do calçadão logo que os abrigos foram instalados.Lojistas e outras pessoas que trabalham na área ouvidos pela reportagem do Contratempo, que preferiram não se identificar, veem que a iniciativa tem uma preocupação com os animais muito válida.

No entanto, dizem que desde que foram instalados os abrigos, é muito raro ver algum animal utilizando as casinhas.

“Os animais também são prioridades dentro das ações do fundo, com a queda nas temperaturas, os animais sofrem tanto quanto as pessoas e, com essa ação iremos minimizar os efeitos das baixas temperaturas, oferecendo abrigo aos cãezinhos que ainda não contam com um lar”, declarou a presidente do Fundo Social Luana Alves, sobre a campanha ‘Cachorro quente”. Os valores dispendidos com a campanha e a compra das casinhas não foram mencionados.

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