Mensagens antigas publicadas anos atrás na página pessoal de Paulo Flores, anunciado como novo secretário de cultura de Ourinhos, no Facebook estão provocando rebuliço na internet. Nestas mensagens, Flores questiona a incoerência de muitos cristãos e as atrocidades que cometem em nome de Deus.
Apesar do tom um pouco jocoso, são questionamentos comuns entre muitos cristãos mais sérios. Em 2004, o Papa João Paulo II pediu desculpas pelos crimes praticados pela Igreja Católica durante a Inquisição. Mais recentemente, o Papa Francisco pediu desculpas pelos casos de pedofilia e pela cumplicidade da Igreja. Entre os evangélicos mais críticos, é comum críticas a pastores que utilizam a religião para lavagem de dinheiro e disseminar o ódio político.
Desta forma, é preciso que os ourinhenses repudiem a campanha obscurantista contra Flores. Independente das preferências partidárias, uma sociedade sadia deve primar pelas liberdades de expressão e religiosa, o que inclui não ter religião alguma.
O que deve ser avaliado é a competência e a força de vontade para o cargo. Suas opiniões em passado remoto não possuem nenhuma importância.
Ao mesmo tempo, a campanha contra Flores coloca Lucas Pocay contra a parede. Se mantém a nomeação de Flores, será criticado pelos seguimentos religiosos mais tacanhos. Se desiste de sua nomeação, Pocay terá cedido a interesses obscuros e mostrará falta de respeito a liberdade de expressão e fragilidade política. Abrirá a temporada de caça ao secretariado.
A escolha não é simples. A coerência e a clareza política de Lucas estão a prova ao mesmo tempo que poderá ser duramente criticado por decisões corretas.
Mas a decisão é importantíssima. Pois uma política cultural sem liberdade de expressão não é nada.
No dia 1º de janeiro saberemos se o Governo Lucas Pocay começará com flores ou com trevas.
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