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Escola particular do Jd. Ouro Verde muda portão de entrada e cria transtornos para moradores

Escola particular do Jd. Ouro Verde muda portão de entrada e cria transtornos para moradores

Mudança de portão de entrada pela Rua Aristides Viana está causando enormes transtornos aos moradores

Nesta semana, a reportagem do Contratempo recebeu através de sua página em uma rede social, a reclamação de moradores do Jardim Ouro Verde, que em sua maioria mora há muitos anos na pacata Rua Aristides Viana, que possui apenas um quarteirão e que por esse motivo, sempre teve um fluxo bem pequeno de veículos, fato que sempre garantiu a tranquilidade a todos.

Os moradores relataram que desde fevereiro, quando a direção da Escola Centro Educacional Educativa resolveu mudar o portão de entrada dos alunos – que desde que a Unidade Escolar funciona, há vários anos sempre foi feita pela Rua Julio Mori – para a Rua Aristides Viana, a paz, o silêncio e a tranquilidade deram lugar ao barulho de motores e buzinas de dezenas de carros, acompanhadas de conversas em voz alta, que provocam como consequência, latidos de todos os cachorros das casas do quarteirão, tudo isso, as 06h30 da manhã, horário em que grande parte dos moradores ainda estaria dormindo, algo que desde então, se tornou impossível.

Em entrevista ao Contratempo, a moradora Natalie Teixeira relatou que desde fevereiro, os moradores tentam em vão, o diálogo com a direção da escola, que por meio de uma funcionária, afirmou apenas que a mudança visava à segurança das crianças e que, portanto, a entrada dos alunos continuaria a ser feita pelo portão da Rua Aristides Viana.  “Já liguei várias vezes, mas até hoje não consegui falar com a diretora Sandra, apenas com uma funcionária chamada Angélica e tentei expor a série de problemas que estamos enfrentando, com barulho e carros parados em nossas portas, tudo isso num trecho de apenas um quarteirão e ela nos informou que a diretora disse que a decisão da mudança do portão atendeu a segurança das crianças e foi avalizada por engenheiros, no entanto, não nos falaram quem são esses engenheiros e para qual empresa trabalham. Ainda tentamos um acordo, pedindo para que apenas a entrada das 06h30 da manhã voltasse a ser pelo portão da Rua Julio Mori, já que nesse horário o fluxo de veículos naquela rua é reduzido e não traria nenhum risco aos alunos e eles também poderiam colocar um monitor para orientar a entrada dos alunos, e nos demais horários do almoço e a tarde, a entrada poderia ser feita normalmente pela Aristides Viana, já que neste período do dia, grande parte dos moradores está no trabalho, mas, infelizmente nenhuma das nossas propostas foi aceita”, lamentou a moradora.

 

Protocolo feito por Natalie na Ouvidoria e entregue ao Coordenador de Trânsito

Munícipe é destratada pelo Coordenador de Trânsito

Durante a entrevista, Natalie revelou que na semana passada, após fracassar todas tentativas de diálogo com a escola, protocolou um pedido na Ouvidoria, para que os engenheiros de trânsito avaliassem o local para que fosse demonstrado que a extensão da rua de pouco mais de 50 metros, e a acústica do local, inviabiliza a utilização do portão de entrada na Rua Aristides Viana. No entanto, ao ser encaminhada pelo setor da Ouvidoria à Coordenadoria de Trânsito, com a carta de protocolo em mãos, em que havia a explicação de tudo que estava ocorrendo e a solicitação, a moradora conta que foi tratada de forma ríspida e mal educada pelo Coordenador de Trânsito Ariovaldo de Almeida Silva, que sequer leu direito o documento e a acusou de querer tirar proveito pessoal da situação e que tinha segundas intenções. “No texto que escrevi e entreguei na Ouvidoria, digo exatamente ao contrário, eu afirmo claramente que espero que a familiaridade, ou seja, a relação de parentesco da dona da escola que é sogra do prefeito Lucas Pocay, não seja levada em conta nesta questão e que haja imparcialidade na decisão da questão. Para minha surpresa, esse senhor demonstrou dificuldade de entendimento ao que estava escrito e disse que isso era coisa de quem está contra o prefeito e quer tirar proveito pessoal da situação, falando em voz alta comigo, me desrespeitando como cidadã, que apenas estava em busca do seu direito. Por fim, ao lhe pedir para ir pessoalmente à rua, como está escrito no protocolo, ele me disse que uma equipe tinha ido, o que não é verdade, já que fico lá todas as manhãs, uma vez que entro em meu trabalho ao meio dia e não esteve ninguém e ainda tentou me dizer que foram as 08h10 da manhã e que estava tudo tranquilo, o que é um absurdo, já que o horário de movimento em questão é as 06h30 da manhã, quando ocorre a entrada dos alunos e não depois. Sinceramente, me sinto decepcionada como cidadã, pela prefeitura ter uma pessoa desse nível, despreparada e mal-educada, que é paga com o dinheiro público, para prestar um desserviço à população”, criticou.

 

Boletim de ocorrência é negado na delegacia

Após sair da Coordenadoria de Trânsito, Natalie se dirigiu a delegacia, a fim de registrar os transtornos que os moradores da Rua Aristides Viana estão sofrendo e a inflexibilidade tanto da escola como do setor responsável da prefeitura, no entanto, segundo ela, o delegado mandou dizer por meio de uma assistente que este tipo de caso, não justifica um boletim de ocorrência.

De acordo com Natalie, agora só resta o meio jurídico para fazer prevalecer o direito dos moradores e informou que deve ingressar em breve com uma ação, a fim de conseguir reverter a decisão unilateral da escola.

 

Mudança de postura

Moradora há vários anos na Rua Aristides Viana, Natalie Teixeira revelou a reportagem do Contratempo que estranhou a mudança de postura da diretora Sandra, em relação à forma como se comportara há alguns anos. “Logo que a escola foi instalada aqui, ela veio me perguntar se estava tudo bem, se eles estavam causando algum incômodo por conta do barulho e na época, eu disse que estava tudo bem, é claro que o fato de ter uma escola acaba mudando um pouco nossa rotina, há barulho das crianças na  quadra, existem os eventos, as festas, mas nós compreendemos isso e nunca reclamamos. Por isto, realmente foi uma grande surpresa pra mim e uma decepção, que justamente agora, a diretora tenha uma postura completamente diferente, se mostrando inflexível e sequer nos recebendo para conversar,  ignorando completamente os transtornos que estamos passando e se limitando a dizer que o que importa é a segurança dos alunos e que manterá o portão de entrada na Aristides Viana. O que fica evidente neste caso, infelizmente, é que está usando da prerrogativa de ser sogra do prefeito para não querer negociar, já que sabe que grande parte dos moradores fica receosa de entrar em conflito com alguém que tenha essa proximidade com a autoridade máxima do município, o que é algo lamentável, pois acredito que ela como educadora, deveria ter uma postura oposta, e demonstrar que o fato de ser parente do prefeito não deve e não pode influenciar numa situação de conflito de interesses” declarou.

 

Munícipe formaliza reclamação contra Coordenador de Trânsito

Nesta terça-feira, 18, Natalie Teixeira formalizou uma carta protocolada junto a Ouvidoria Municipal, e que será encaminhada ao prefeito Lucas Pocay, onde relata tudo que aconteceu na conversa com o coordenador de trânsito Ariovaldo de Almeida Silva.  Leia a íntegra da carta:

Caro Prefeito Lucas Pocay;

Fiz uma ouvidoria para tratar de um transtorno causado pela escola Educativa aos moradores da Rua Aristides Viana.
Fui direcionada ao Sr. Ari- coordenador de tráfego- para expor o
problema. Fui recebida em sua sala no dia 12-04-2017.
Esse senhor me acusou de querer tirar vantagens pessoais do problema, foi rude e grosseiro, pois além de não estar disposto a ouvir, mostrou muita disposição em me destratar: falou que isso- o meu problema – era de gente que estava contra o prefeito e interessada em levar vantagem pessoal.

Afirmou que não havia nenhum interesse da parte dele ou da escola em resolver o problema.

Mentiu afirmando que esteve no local para averiguações, coisa que não fez, pois eu estou no local diariamente nesse horário, esperando fiscalização.

Neste caso ele próprio não teve como sustentar a mentira. Pessoa assim não pode, não deve receber o público, muito menos resolver problemas.

Não aceito ser tratada dessa forma, nenhum cidadão merece.

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