Movimento Negro Festival Society dos Movimentos Negros e Coletivos Progressistas António Carlos Fon*
Há um outro campeonato mundial de futebol aconteçendo, sem fobias do Catar, sem Neymar e sem transmissão da Globo.
Sem Tite, mas com Tité, com povo e clandestinos. Ė o 2° Festival Society dos Movimentos Negros e Coletivos Progressistas 2022, organizado pelo CDC – Coletivo da Democracia Corintiana; BTA – Bloco Tricolor Antifascista; Rosa Negra (Ação direta e futebol) e; Associação Atlética São Paulo .
Como o próprio nome indica, o objetivo de Tité, professor da secretaria de esportes em São Bernardo do Campo ão imaginar o torneio, em 2021, era abrir espaço para os movimentos negros e de esquerda na àrea do esporte.
“Este ano, no dia seguinte à vitória do Lula nós começamos a organizar o torneio”, conta Tité.
O sucesso da iniciativa, mais do que pelos resultados dos jogos, pode ser medido pela escolha dos títulos dos times que se enfrentaram:
Angola x Sol y Sombra
Setorial PT x BTA
Associação Atlética SP x CDC
Clandestinos x Síria
Rosa Negra x Togo
A importância que um jogo de futebol vàrzea pode ter para a organização popular fica clara, por exemplo no caso de Natália, uma jovem brasileira que vive na Síria e milita em uma associação socialista guerrilheira. Ela veio ao Brasil apenas para votar em Lula e no PT. Mas, ao saber da competição, decidiu ficar mais alguns dias para torcer pela Síria e divulgar a luta de seus companheiros.
A.C.Fon
*Antônio Carlos Fon, jornalista e escritor, foi repórter especial do Jornal da Tarde e da Revista Veja.