Cresce desrespeito as vagas de estacionamento para deficientes físicos e idosos em Ourinhos
Nos últimos anos tem crescido de forma nítida o desrespeito as vagas de estacionamento para deficientes físicos e idosos, na região central de Ourinhos.
A reportagem do Contratempo passou em alguns locais desta região na semana passada e pôde notar diversos carros estacionados sem o cartão de identificação, obrigatório por lei, cujo documento é disponibilizado pela Coordenadoria de Trânsito, mediante apresentação de documento com foto comprovando a idade (no caso de idosos) ou laudo médico (no caso de deficiente físico) e deve ser afixado no painel do carro em lugar visível, sempre que for estacionar nas referidas vagas.
Os flagrantes
Nossa equipe passou por uma importante via, no quarteirão onde ficam o Centro Médico e a Santa Casa, locais que frequentemente são utilizados por idosos, deficientes físicos e desembarque de pacientes e flagrou carros estacionados de forma indevida, sem qualquer identificação.
Segundo informações obtidas pela nossa reportagem, a fiscalização e autuação que deveriam ser feitas pela PM, não são realizadas por falta de efetivo suficiente na cidade.
Nossa equipe tentou entrar em contato com o presidente do COMDEF (Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência) Evert Cristiano Neves, para saber quais ações educativas e de cobrança de fiscalização e autuação estão sendo feitas no sentido de diminuir e inibir esse tipo de desrespeito que tem prejudicado a acessibilidade dos deficientes físicos e idosos. Até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.
Outro flagrante de desrespeito aconteceu em um supermercado na região central da cidade, onde todas as vagas especiais estavam ocupadas, sendo que nenhuma delas com identificação. A reportagem presenciou uma discussão entre um cadeirante e o gerente do estabelecimento, devido à situação, que segundo ele, é constante no local. Outro deficiente físico que utiliza cadeira motorizada que também estava no local, disse a nossa reportagem que desistiu de ir de carro ao mercado, já que as vagas especiais sempre estão indevidamente ocupadas.
Cadeirante aponta crescimento de desrespeito
Nossa reportagem entrou em contato com Jaci Guimarães, cadeirante e ex-vice-presidente do COMDEF (Conselho da Pessoa com Deficiência do município de Ourinhos) e que milita há anos em prol da causa do deficiente físico, e nos revelou que o desrespeito as vagas de estacionamento tem piorado muito nos últimos anos. “O município de Ourinhos não tem dado atenção aos direitos da pessoa com deficiência, não apenas na questão das vagas de estacionamento, mas também em relação à mobilidade urbana e acessibilidade, pois fizeram rampas para cadeirantes, no entanto totalmente inviáveis. Além disso, na área de Educação para surdos e mudos não há estrutura adequada e na Saúde, faltam equipamentos adaptados. Na verdade, existem poucas pessoas na cidade que lutam por nós, e quem tem o poder de ajudar realmente que é Poder Executivo, não tem olhado com atenção pra nós. Já fiz parte do COMDEF (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência), mas infelizmente pessoas ligadas ao prefeito se incomodaram com meu trabalho e me desligaram do Conselho devido ao fato de expor os reais problemas do município”, critica.
Atuação em prol dos deficientes físicos
Jaci nasceu em Ourinhos tem 35 anos é formada em Marketing, cursa pós-graduação em direito eleitoral, é mãe, e desenvolve diversos trabalhos para dar visibilidade à causa da pessoa com deficiência, inclusive se deslocando pessoalmente para ajudar a resolver casos que chegam até seu conhecimento tais como: pessoas que precisam de remédios; reabilitação; insumos; cadeiras de rodas, e todo tipo de auxílio.
Entre suas principais ações de conscientização sobre a questão do deficiente físico no Brasil estão: a divulgação de marcas, participação em eventos, ensaios fotográficos como modelo inclusiva, participação em projetos voltados à inclusão de pessoas com deficiência. Além disso, é idealizadora do projeto PEGADA DO BEM, que estabelece o contato direto entre doadores e pessoas que necessitam de equipamentos e medicamentos para realizar as doações, ministra palestras sobre o tema e participa de projetos sociais que ressaltam a inclusão.
Além de modelo, Jaci é militante da causa das pessoas com deficiência. Por isso, todas suas atividades são realizadas para dar visibilidade a essas pessoas, ajudando a terem uma vida digna, seus direitos respeitados e acesso a informação.