Pré-candidato a prefeito Mário Ferreira propõe gestão inovadora para Ourinhos
A imensa maioria dos eleitores ourinhenses ainda não tem candidato definido para as eleições deste ano, o pleito que elegerá além de prefeito, vice e os 15 vereadores para próxima legislatura será daqui a 5 meses no dia 06 de outubro.
Embora o dia 16 de agosto é a data que marcará oficialmente o início da propaganda eleitoral deste ano, na prática, a campanha dos “pré-candidatos” já está nas ruas.
A partir de hoje o Jornal Contratempo irá promover uma série de entrevistas individuais com os “pré-candidatos” a prefeito que se estenderá nas próximas semanas.
O primeiro “pré-candidato” com quem conversamos é o biólogo e farmacêutico bioquímico Mário Ferreira, mais conhecido como Dr. Mário que concorrerá à prefeitura da cidade pela federação Rede Sustentabilidade e PSOL. Ele conta por que decidiu disputar a administração pública municipal e faz críticas às práticas que predominam no cenário político ourinhense.
Além de contar um pouco das razões que o levaram a disputar o cargo máximo da administração municipal, Mário diz que o seu intuito é “reunir pessoas e vozes diversas para apresentar aos moradores de Ourinhos uma proposta de trabalho séria e independente, em que o dinheiro público seja tratado com honestidade e clareza, e onde as prioridades sejam definidas com a participação popular”, afirma Mário. Confira a conversa completa a seguir.
Mário, você é empresário da área da saúde e tem 70 anos de idade. Por que, no atual momento, você decide disputar novamente a prefeitura de Ourinhos?
A decisão de lançar a minha pré-candidatura veio de um processo e uma construção coletivos. Há um grupo de pessoas, que vem comigo lutando por melhorias na cidade já há alguns anos, e também pessoas que me procuraram e me conheceram no âmbito político mais recentemente, que afirmam que estão cansadas das discussões superficiais e dos comportamentos atrasados da política tradicional de Ourinhos.
Essas pessoas, muitas filiadas a partidos políticos e sindicatos, mas também outras que não são filiadas a nenhum partido ou movimento social, estão manifestando seu apoio ao meu nome como pré-candidato porque querem propor um projeto para Ourinhos que seja suprapartidário, progressista e que foque o que realmente interessa para a população. Ou seja, uma pré-candidatura que ouça a população e que busque garantir orçamento e planejamento adequados em áreas cruciais para a qualidade de vida das pessoas, como saúde, educação, mobilidade urbana, transporte público, meio ambiente, sustentabilidade, zeladoria urbana, cultura, assistência social e segurança.
Já começa a ficar mais intenso o debate político na cidade, com a apresentação das pré-candidaturas e as manifestações de apoio aos diferentes lados. Como você tem se posicionado nesse cenário e quais as ações da sua pré-campanha que você destacaria?
Nós optamos por dialogar com profissionais e pessoas de Ourinhos que atuam nas diferentes áreas – saúde, meio ambiente e agricultura, educação, assistência social, cultura, urbanismo, etc. – para assim construir um plano de governo participativo. O rascunho desse plano está em fase de finalização para que a gente possa ampliar a consulta sobre essas propostas, e também recolher outras ideias de melhorias para a nossa cidade, ouvindo o máximo de pessoas interessadas.
Nós, que defendemos essa construção e essa pré-candidatura coletiva, temos em comum uma forte indignação quando vemos os conchavos políticos, o fisiologismo e o clientelismo que têm predominado na política ourinhense.
Nossa busca é por fazer diferente e resgatar o verdadeiro sentido da política, que em sua origem foi estabelecida para organizar ações e direcionar decisões que garantam a segurança e o bem-estar das pessoas. Tenho visitado instituições, sindicatos, instituições de classes profissionais e lideranças comunitárias em vários bairros de Ourinhos, buscando obter informações, procurando ouvir as pessoas e as comunidades para criar uma linha geral de atuação que possa melhorar a cidade de Ourinhos.
Visitei recentemente sindicatos, como o de servidores municipais, a APEOESP, que é o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, o Sindicato de Trabalhadores da Saúde, estive em reuniões com instituições respeitáveis da sociedade civil como Organização dos Advogados do Brasil (OAB) e Universidade Estadual Paulista (UNESP), entre outras, e continuarei conversando com todas as pessoas e instituições que me abram a possibilidade de termos esse diálogo.
Como você avalia o cenário político pré-eleitoral em Ourinhos atualmente?
Confesso que, em certas circunstâncias, fico indignado ao ver lideranças políticas misturando religião com interesses eleitoreiros, ao ver pré-candidatos apresentando políticas públicas como se fossem favores, falando de emendas parlamentares como se fossem doações de candidatos, quando na verdade são recursos públicos, recursos gerados pelos impostos e que o povo paga com dificuldade, muitas vezes, sem retorno.
Também fico preocupado que esse debate tenha sido muito pautado por desinformação e fake news, o que será um problema grave que todos teremos que enfrentar nestas eleições.
As pessoas não merecem e não querem consumir informações falsas e publicações baseadas em discurso de ódio. A população merece participar de um debate profundo e honesto a respeito de como podemos agir para preservar o meio ambiente, promover justiça social e garantir para todos os moradores de Ourinhos uma qualidade de vida melhor.
O que queremos é ter uma cidade mais afável, acolhedora, ambientalmente correta, sustentável, esse é o desafio! Defendemos que as pessoas tenham direito a sonhar, a produzir, a trabalhar, a estudar de forma segura e sem dever favor a ninguém.
Que temas ou áreas você considera fundamentais para uma administração municipal eficaz em Ourinhos?
Creio que há questões essenciais que precisam ser resolvidas sem meias verdades. Por exemplo, qual é o tamanho real da fila de pessoas esperando cirurgias eletivas? Por que as creches não funcionam no horário mais adequado para beneficiar as pessoas que delas dependem, sendo que as creches existem para garantir os direitos das crianças, e o acesso das mães ao trabalho?
O que podemos fazer para melhorar a zeladoria da cidade, para garantir por exemplo um programa de agroecologia que utilize os terrenos baldios abandonados, gerando renda e reduzindo a infestação pelo mosquito Aedes Aegypti e pelo escorpião, para que a gente tenha um ambiente saudável na cidade?
Estas e outras questões nos levam à necessidade de um movimento cidadão e solidário que possa apresentar uma alternativa diferente da prática atrasada que tem prevalecido na política de Ourinhos nos últimos anos.
Para finalizar, quem é Mário Ferreira?
Tenho 70 anos, sou biólogo e farmacêutico bioquímico especialista em laboratório clínico. Tenho MBA em gestão empresarial e sou diretor geral do Laboratório Santa Paula, empresa com 27 anos de história e unidades em Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo e Manduri.
Nasci na zona rural de Jacarezinho (Paraná), pelas mãos da minha avó, que era parteira afamada na região, filho de Ortilho, lavrador, e Laurinda, costureira. Sou casado com a pedagoga Carmen, tenho três filhas e uma neta. Vivo em Ourinhos há mais de 25 anos.
Já trabalhei como pequeno agricultor, gráfico, auxiliar de escritório, contador, farmacêutico e professor de Biologia do ensino médio no Paraná. Fui também professor concursado da cadeira de Laboratório Clínico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Secretário da Saúde na cidade de Bernardino de Campos – SP.
Nos anos 70, como líder estudantil, participei dos movimentos contra a ditadura militar, pelas eleições diretas, pela anistia aos condenados políticos e pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte.
Em 2022, lancei meu primeiro livro, “O Primeiro e outros Contos”, e recentemente iniciei o projeto ambiental “Recanto do Sabiá”, que já plantou mais de 7 mil árvores nativas em Ribeirão Claro (Paraná).