Abundância Energética no Brasil

Por Luiz Alberto Vieira

 

O Brasil deve entrar em 2016 numa fase de abundância energética, ao contrário do que ocorreu nos últimos 3 anos. Assim, a redução dos preços da energia deverá ter um comportamento contra-cíclico, reduzindo os efeitos da recessão.
Os preços de liquidação de diferenças (PLD), utilizado nos mercados de curto prazo de energia, já estão no patamar mínimo, os menores desde janeiro de 2012, conforme gráfico abaixo:

A previsão da própria Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) era de que as regiões Sudeste, Sul e Norte deveriam atingir os valores mínimos de R$ 30,25/MWh apenas no mês do fevereiro, o que já seria uma vitória diante do cenário de escassez dos últimos anos. A região Nordeste, que enfrenta uma forte seca decorrente do fenômeno El Niño, deverá atingir os valores mínimos do PLD em junho, segundo a previsão da CCEE.
Para se ter uma idéia dos baixos preços atuais no mercado spot, o último leilão de energia eólica e solar foi vencido com preços de R$ 203,46/MWh e R$ 297,75/MWh, respectivamente. A usina Belo Monte foi licitada com um preço de R$ 78/MWh ainda em 2010, enquanto em novembro de 2014 o preço no mercado spot chegou a incríveis R$ 804,54/MWh.
Em artigo de julho do ano passado publicado no Blog do Luis Nassif (http://jornalggn.com.br/noticia/crise-energetica-e-problema-climatico-ou-falta-de-investimento), já havia apontado que num cenário de normalização das condições climáticas a situação energética seria positiva.
A novidade no cenário da CCEE é que as previsões são de redução no PLD mesmo na pior afluência média registrada desde 1952. “Em uma outra projeção, considerando a pior série histórica de Energia Natural Afluente (dezembro de 1952 a janeiro de 1954), os valores do PLD sobem, mas ainda assim permanecem abaixo do novo preço máximo, que é de R$ 422,56/MWh. As médias, neste cenário, atingiriam R$ 193/MWh no Sudeste, R$ 188/MWh no Sul, R$ 213/MWh no Nordeste e R$ 185/MWh no Norte.”
A capacidade instalada em 2015 aumentou 6.428 MW, o terceiro melhor resultado da história. Assim, a capacidade instalada foi ampliada em 4,80%, enquanto o consumo de energia caiu 1,7% no acumulado em 12 meses até novembro, segundo dados da Empresa de Planejamento Energético (EPE).
Desta forma, já era previsível uma melhora nos preços da energia elétrica, conforme o nível de chuvas voltasse a sua média histórica.
A melhor notícia, contudo, é que a perspectiva é de forte aumento da capacidade instalada de energia nos próximos anos. Com o início da produção em Belo Monte, 2016 e 2017 baterão todos os recordes de aumento de capacidade instalada.

 

O cenário energético para os próximos anos é excepcional e auxiliará na retomada do crescimento econômico, exatamente o oposto dos últimos anos. A perspectiva de baixos preços aumentará o poder de compra da população e a competitividade das empresas brasileiras.

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