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A trajetória de Luiz Fernando Teixeira (Luizão)

A trajetória de Luiz Fernando Teixeira (Luizão)

Por José Luiz Martins – Houve um tempo em que o mundo todo admitia  que nosso país era a maior referência do planeta quando se trata de bons jogadores de futebol. Desde que Charles Miller introduziu a prática do esporte no Brasil em final do século XIX, o futebol foi ganhando simpatizantes e praticantes rapidamente. Estudiosos do meio afirmam que a paixão do brasileiro pelo futebol nasceu primeiro da diversão que o esporte propicia e também por ter sido sempre uma modalidade que é praticada por todas as camadas sociais.

Fim da Copa 2022, acertos de uns e fracassos de outros, o sonho de centenas de milhares de atletas de se tornar um bem sucedido jogador de futebol e quem sabe um ídolo, continua  alimentado pela cadeia midiática do planeta bola. Nos clubes nacionais e internacionais os craques do futebol espelham novos que vão e vem com novos tempos e talentos. Mas o sonho de ter a habilidade com a bola nos pés reconhecida, alcançar momentos máximos de sucesso e esplendor, esse sim permanece o mesmo a cada nova geração deatletas e amantes do futebol, do varzeano ao profissional.

Ourinhos viu  ascensão de muitos  atletas, ourinhenses de nascimento ou não, que num determinado período da história do futebol da cidade se destacaram e acabaram indo atuar em equipes e gramados do futebol profissional. Nesse sentido, atividade futebolística em Ourinhos teve se apogeu entre os anos 70 e 80, período o qual daqui partiram inúmeros atletas para várias equipes profissionais do país. Entre eles  o Luizão, Luiz Fernando Teixeira, que já tentava a carreira de jogador de futebol mesmo antes de se radicar com a família em Ourinhos aos 17 anos. Sua carreira como profissional se consolidou a partir desse momento quando passou a integrar a equipe do União da vizinha cidade de Bandeirantes no Paraná.

Como foi sua trajetória até chegar a Ourinhos?

Luiz Fernando – Nasci em Óleo, quando eu tinha um ano minha família mudou para Manduri e ficamos por lá oito anos. Comecei a jogar e gostar de futebol em Manduri com o time do“Graminha”. Por volta de 1968 , 69 fomos para Sorocaba, lá cheguei a treinar no time do Estrada (antigo Atlético de Sorocaba) e no São Bento. Já tinha o dom da bola, estava com 13 para 14anos, mas aí o trabalho do meu irmão Teixeira foi transferido para Piraju e, garoto ainda, tive que acompanhar minha mãe e ele. Em Pirajú fui jogar no Dom Bosco, masde novo, mudamos de cidade viemos pra Ourinhos morar na rua Pará na Barra Funda. Com toda essas mudanças de cidade não ficava parado sempre tinha um time para jogar, chegando aqui já fui jogar no Lageadinho. Quando completei 18 anos estava estudando e tive que prestar o serviço militar acabei jogando equipe do Tiro de Guerra. Nessa época comecei a manter contato de novo com o pessoal do São Bento, queria voltar pra Sorocaba estava acertando as coisas lá. Um dia fui acompanhar o”Ticão” (Lourival Ribeiro) numa peneira no União Bandeirantes, nessa ida para assistir o teste dele me convidaram para participarda peneira no meio de quase uns 40 e acabei aprovado. O “Ticão” deu azar ele acabou machucando e eu fiquei, depois disso foram nove anos no União.

 

 Como as coisas se sucederam a partir da chance no União Bandeirantes?

Luiz Fernando Logo que cheguei aqui em Ourinhos foi meio complicado, a passagem pelo Lageadinho foi rápida, quando passei e fui  chamado pelo União estava no tiro de guerra e tive uma certa dificuldade com isso. Era a minha chance e o sargento Sinval não queria me liberar para poder ir treinar em Bandeirantes. Ele falou você não vai. Mas aí tinha o sargento Plínio que gostava mais de futebol, ele acabou me ajudando conseguiu me liberar meio as escondidas então pude ir a Bandeirantes. Ele falou você tem talento pode ir ganhar teu dinheiro fora, só que me apareça aqui de vez em quando. Eu era cabo e prestei o serviço militar pela metade, meio as escondidas, quando tinha que ir até o TG levava os jornais do Paraná para o sargento

Plínio ver que eu estava mesmo jogando. Quando peguei minha reservista não sabia quase nada do serviço militar. Depois disso já liberado do TG , em 1973 pedi transferência da escola Caló para um colégio de Bandeirantes e passei a residir lá. Nesse tempo o pessoal do time me apelidou de “Cabinho” depois fiquei mais conhecido como Luizão. O técnico na época era o grande De Sordi (Nílton De Sordi foi jogador do São Paulo, campeão paulista em 1953 e 1957 foi integrante da seleção que conquistou a Copa do Mundo de 1958). Primeiro

atuei como centro-avante e depois passei a volante e fui ficando, tive outras propostas mas o clube não negociava foi me mantendo e se passaram nove anos. O União foi um grande time do estado do Paraná um excelente começo pra mim. Infelizmente o time sumiu do mapa por causa da parte financeira e do  pouco incentivo ao futebol no interior naquele tempo. Tive muitas alegrias no União.

Quais os certames que participou durante o tempo que jogou no Paraná?

Luiz Fernando – Pelo União foi mais o campeonato paranaense, teve um período que fui emprestado para o Londrina fui disputar o campeonato brasileiro, por sinal fomos muito bem naquele ano. Aí voltei pro União por que o pessoal de Bandeirantes não tinha o costume de vender jogadores, pedia caro mesmo para não vender e segurar os jogadores. Depois fui emprestado outra vez para o Operário de Ponta Grossa e disputei mais um Brasileirão, nessa ocasião em Ponta Grossa o técnico era o famoso “Paquito, estava lá também o meu grande amigo “Binha” que é de Ourinhos. Na seqüência, o União negociou meu passe e fui para o Noroeste de Bauru, foi entre 1982 e 83, aí começou uma outra história minha no futebol paulista.

Continua na próxima edição:

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