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Estudantes de Enfermagem da ETEC de Ourinhos entregam carta a secretário Arnaldo Jardim

Estudantes de Enfermagem da ETEC de Ourinhos entregam carta a secretário Arnaldo Jardim

Como estava programado, na tarde de sábado, 04, alunos e professores do Curso de Enfermagem da ETEC de Ourinhos realizaram uma manifestação em frente à Câmara Municipal, contra a redução do número de vagas de estágio na Santa Casa de Ourinhos, que diminuiu das 60 para 27, neste ano de 2016, cujo convênio ainda não foi renovado, o que fez com que o Vestibulinho com novas turmas para o 2º semestre tenham sido suspensas pelo Centro Paula Sousa, enquanto o impasse não for resolvido.

De acordo com os professores e alunos do Curso de Enfermagem,  com a redução de vagas de estágio oferecidas pela Santa Casa,  haverá um déficit da demanda existente,  já que anualmente as turmas de 2º e 4º módulo, compostas por 40 alunos cada, realizam o estágio e se não tiverem onde realizá-lo, o curso que existe há 42 anos, corre o risco de ser fechado na ETEC.
Durante a manifestação, os alunos e professores entregaram um ofício e uma carta com abaixo assinado dos estudantes, ao secretário estadual de Agricultura, Arnaldo Jardim, para que ele o entregue ao governador Alckmin, em qual documento consta a gravidade da situação e o pedido para que o governador intervenha em favor da Etec, a fim de sensibilizar a direção da Santa Casa, para que mantenha as 60 vagas oferecidas anteriormente e o convênio possa ser renovado, garantindo a continuidade do Curso de Enfermagem, que é referência na cidade e em toda região.

Em entrevista ao Contratempo, a aluna do 1º módulo do Curso de Enfermagem da ETEC, Sirlene Oliveira de Lúcio, afirmou que a diminuição de vagas irá comprometer a formação profissional dos alunos e poderá causar até mesmo o fim do Curso, que existe há 42 anos. “Nós temos dois módulos de 40 alunos cada, então, se for realmente diminuído o número de vagas para 27, os alunos não terão onde fazer estágio e isso comprometerá diretamente a nossa formação profissional, e se não formarmos bons profissionais, não teremos como atender de forma adequada a população. Pois não adianta o hospital ter uma boa estrutura física se não tiver bons profissionais de enfermagem para cuidar das pessoas e pra isso é fundamental que possamos continuar a fazer estágio na Santa Casa, pois se não conseguirmos chegar a um acordo entre a Santa Casa e a ETEC e esse convênio não for renovado, poderá provocar até o fim do curso, o que com certeza irá prejudicar muito a população de Ourinhos e região, que verá diminuído o número de profissionais para atendê-los”, alertou.

Centro Paula Sousa diz que manutenção de vagas é essencial  

O Contratempo entrou em conta com a assessoria de imprensa do Centro Paula Sousa que enviou uma nota oficial em que diz lamentar o impasse e ressalta a importância da manutenção de vagas de estágio oferecidas pela Santa Casa para a continuidade do Curso de Enfermagem.

“A Assessoria de Comunicação do Centro Paula Souza informa que a instituição foi surpreendida em 2016 pela redução do número de vagas de estágio disponibilizadas pela Santa Casa de Ourinhos aos alunos do curso técnico de Enfermagem da Etec do município. Desde então, o Centro Paula Souza segue em constantes tentativas de negociação, com apoio da assessoria do Governo do Estado e da Secretaria de Estado da Saúde, para que a medida seja revertida e todos os alunos voltem a ser atendidos, sem prejuízo de sua formação.  

A manutenção do estágio com a Santa Casa continua sendo a opção mais viável para os alunos cumprirem a carga horária necessária de experiência prática para a conclusão do curso. A mudança para convênios com hospitais de outras cidades levaria a custos de transporte e demandaria tempo de deslocamento de estudantes e professores. 

O Centro Paula Souza lamenta que o impasse provocado pela unidade de saúde coloque em risco a continuidade do curso, tendo ocasionado a não abertura de vagas no processo seletivo do segundo semestre. A Etec é responsável por grande parte do corpo de técnicos em enfermagem atual da Santa Casa de Ourinhos e gera empregabilidade e retorno em serviços a toda a população do município.

 

Santa Casa diz que oferece o número de vagas possível

Em entrevista a uma rádio local, nesta quarta-feira, 08, o administrador da Santa Casa, Fernando Abreu afirmou que a entidade não tem obrigação de suprir todas as vagas necessárias para o Curso de Enfermagem da ETEC e que já entrou em acordo com o Centro Paula Sousa, a secretaria municipal de Saúde e com a secretaria regional de Saúde (subordinada à secretaria estadual de Saúde), que entenderam a limitação de 27 vagas disponíveis. “Nós já conversamos com Dr. André, do Centro Paula Sousa que entendeu nossa situação e, com o secretário regional da Saúde, além disto, nós também disponibilizamos vagas de estágio para outras escolas de enfermagem no total de 154 vagas e a maior parte delas é para ETEC, mas não é justo tirar vagas de outras escolas, para servir apenas a ETEC. Mesmo assim, nós oferecemos outras vagas de estágio a noite e nos finais de semana, mas segundo eles, o Centro Paula Sousa não aceita que o estágio seja feito nestes dias e neste caso, a culpa não é da Santa Casa. Além disto, muitos alunos da ETEC não são de Ourinhos, e podem fazer estágio em hospitais de suas cidades. Esta redução de vagas aconteceu devido ao aumento do número de pacientes na Santa Casa, então para diminuir os casos de infecção hospitalar, é necessário um número menor de pessoas dentro do hospital. Mas para este semestre e o próximo ainda oferecemos 32 vagas, só a partir de 2017, que será reduzido para 27 vagas”, explicou.

Segundo Abreu, o contrato para renovação do estágio foi enviado a ETEC em fevereiro, e aguarda apenas a assinatura da direção da escola para ser formalizado e a entidade precisa desta renovação para manter os estagiários que estão na Santa Casa. “Inclusive nós permitimos que eles estagiassem mesmo sem ter esse contrato assinado, para que não fossem prejudicados, enquanto não for renovado o convênio”, afirmou.

O administrador da Santa Casa alegou ainda que já houve reclamações de familiares de pacientes e médicos sobre o número excessivo de estagiários nos corredores e quartos, além do refeitório, onde segundo ele, acaba existindo ‘algazarra’ por parte dos estagiários das escolas e perturbando o ambiente no hospital.

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