cartaz do evento abril vermelho promovido pela unesp

FCTE Unesp promove simpósio pela conservação do solo, da água, das florestas e da vida

A FCTE/UNESP, câmpus de Ourinhos, promove conjuntamente à Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) o simpósio intitulado Abril Vermelho, tendo como temática a Conservação do Solo, da Água, das Florestas e da Vida. O evento ocorre no dia 24/04 na unidade de Ourinhos. O evento é coordenado pela professora dra. Maria Cristina Perusi e contará na programação com atividades culturais, palestras, debates e minicursos.

Confira a programação clicando aqui

Leia também a chamada do evento:

Na quarta edição do “Abril Vermelho”, evento realizado em alusão ao massacre de Eldorado dos Carajás/PA em 17 de abril de 1996, quando 21 trabalhadores rurais foram mortos, o luto e a indignação ainda permanecem. Recentemente, luto e indignação pelas vidas ceifadas nos reincidentes deslizamentos de terra no litoral norte do estado de São Paulo, em Santa Luzia, no Maranhão e em tantas outras regiões desse “país tropical, abençoado por Deus…”. Luto e indignação pelos Yanomami que, mantidos estrategicamente invisíveis, silenciados estrategicamente, morrem… Luto e indignação pela dizimação dos biomas brasileiros, dos rios, ribeirões, igarapés, igapós, dos solos, das vidas, de Gaia.

Mais uma vez, a obra do “artivista” Mundano ilustra pesarosamente o cenário ambiental “capitalocênico” brasileiro. A “arte denúncia”, feita com a terra que nos reporta à ancestralidade, materializa no indígena, professor e ambientalista Ari Uru-Eu-Wau-Wau, a banalização dos crimes contra a vida em todas as suas formas. Portanto, enquanto o “abril” permanecer “vermelho” em consequência do agravamento do aquecimento global e suas reverberações; enquanto parte do povo brasileiro se mantiver no mapa da fome e do trabalho escravo; enquanto houver água sem oxigênio, lodosas, contaminadas, metálicas, mortas; enquanto a T(t)erra, Pachamama, permanecer exaurida, erodida, arenizada, desertificada, deslizada; enquanto os povos das águas, das florestas e do campo forem espoliados de suas terras, da esperança, da condição humana, da própria sorte; enquanto houver sem-teto, sem vacina, sem educação, sem dignidade; enquanto sobrar preconceito e fake news; enquanto houver luto e a indignação aqui estaremos, fortalecidos na arte, na cultura e na ciência.

Nesse contexto, no ano de 2019, a FCTE/UNESP – Câmpus de Ourinhos passou a fazer parte da rede de apoio à Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular (JURA) e, nos últimos dois anos, firmou parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Frutal. Parceiros de ideais, de produção e coração. O evento tem como objetivos fomentar um espaço de debate sobre os urgentes problemas da sociedade do Capitaloceno, Época que o grande capital, em especial, tende a provocar transformações globais muitas vezes irreversíveis; instigar pesquisas e iniciativas de extensão universitária que contribuam para mitigar os quadros de degradação socioambiental; contribuir para que “datas
midiáticas” deixem de ser somente “datas”: 14 de março, dia mundial de luta dos atingidos por barragens; 16 de março, dia nacional da conscientização sobre as mudanças climáticas; 21 de março, dia mundial das florestas; 22 de março, dia mundial da água; 15 de abril, dia nacional da conservação do solo; 19 de abril, dia dos povos indígenas; 22 de abril, dia mundial do Planeta Terra; 03 de maio, dia mundial do solo; 2023, “seja a mudança que você quer ver no mundo”, tema escolhido pela ONU para o corrente ano.

Façamos a nossa parte. Participemos!Bom evento, menos cinzas e mais vida!

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